Podemos duvidar de tudo, menos de nós. É uma das regras mais
básicas de auto-sobrevivência. Quantas vezes somos nós os nossos próprios
inimigos? Quantas vezes críamos nós os nossos próprios monstros nas nossas
cabeças e damos o alimento que eles necessitam para se manterem bem vivos
dentro dela? Quantas vezes somos nós os primeiros a fazer auto criticas e a
construir barreiras no nosso caminho? Os medos, as inseguranças, as
ansiedades não nos permitem ir mais além da nossa zona de conforto.
Somos nós os primeiros a por o
travão na nossa caminhada e a ficarmos suspensos no tempo a observar os mesmos caminhos,
os mesmos cheiros, os mesmos ventos, os mesmos aromas, quando o que mais queríamos
era partir a bússola e pisar novos trilhos, descobrir novas realidades e cruzar
novos horizontes. Pomos nos outros e nas coisas os principais responsáveis por
esse estado estático da vida, da nossa Vida, quando a Vida é nossa e somos só
nós os verdadeiros responsáveis pelo não avanço da mesma. Somos nós e só nós
que temos a capacidade de por o pé no acelerador e ir, partir sem um rumo
certo, apenas com a certeza que a nossa meta é a felicidade. É na aventura que construímos
as melhores memórias e essas aventuras apenas chegam quando nos permitimos
avançar para um novo destino, arriscando novos obstáculos, descobrindo novos ensinamentos
e saindo da nossa zona de conforto que já nada de novo nos trás. Quantos de nós
querem a novidade, mas temos medo das suas consequências? Boas ou más, muitos
não aguentam o factor surpresa não se permitindo arriscar numa nova fórmula,
continuando parados no tempo dentro da sua própria concha. A mesma rotina de
todos os dias pode impedir-nos de experienciar surpresas desagradáveis, mas
também estamos a nos impossibilitar de viver momentos extraordinários. Assim,
permite-te arriscar um bocadinho todos os dias, sentirás que estás vivo e não
preso dentro dos teus medos. Pensa que dentro dessa protecção apenas irá
acontecer o calculado, mas o desejado apenas vem quando nos permitimos arriscar.
Por isso solta-te dessas amarras que te prendem à rotina e aprende outros
caminhos. Poderão dar aos mesmos sítios, mas com certeza irás apreciar novos
sons, novas cores, novos rostos nunca antes vistos. Aprende que não é ao
estares parado que a vida avança, mas sim quando pões um pé em frente ao outro
é que ela se vai desenrolando. E tem a certeza que nesse novo chão que pisas
cheio de expectativas e sonhos, também existe a desilusão e a tristeza, mas se
acreditares sempre nos pés que te sustentam, que tudo são ensinamentos que te
fortalecem e, mais importante, te focares no principal objectivo, então vais
acabar a viagem leve e realizado com a certeza que foram esses momentos menos
bons que te moldaram e fortaleceram na caminhada.
3 comentários:
Partilhei este texto no meu blog. Está simplesmente tão eu, é totalmente a minha visão. Genial.
Adorei!
Não poderia ter dito melhor!!
Nós somos os lobos de nós mesmos...
Beijoo'o
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