sábado, 18 de abril de 2015

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Ontem foi dia de ir ao cinema com os meus primos. Enquanto caminhávamos, lembrei-os que há um ano atrás (e mais uns dias) tínhamos ido, os três, pela primeira vez, ver o filme "12 anos escravo" e recordava-me de como muito mudou desde então. Não foi o cinema, nem o filme, mas foi o dia e o seu desenrolar de emoções que me fizeram renascer. 
Todos os anos crescemos, temos novas experiências, descobrimos novas fórmulas, mas existem marcos que nos transformam por dentro e isso é o renascer de nós próprios. Os nossos olhos começam a observar o mundo de outro prisma e de novas formas. E eu senti (e ainda sinto) essa transformação a borbulhar dentro de mim. 
Fiquei naquele momento com nostalgia e saudade daquela felicidade de paz e liberdade sentida o ano passado. Senti saudade da minha vida há um ano atrás principalmente da faculdade por ter os amigos sempre por perto. Sou uma merda com o desapego  e este ano ano trouxe consigo o fim desse ciclo que tão bons momentos me proporcionou, por isso ainda me custa gerir.
Hoje, um ano depois, apesar de estar grata por todo o conhecimento e o amor que, ao longo deste ano, se proporcionou, falta-me qualquer coisa que ainda estou a descobrir. Tenho palpites: a falta da presença regular dos meus amigos e falta de mim mesma, por inteiro. No último livro que li ,"Jesusalém" de Mia Couto, o autor fazia uma comparação entre uma personagem e a polpa e o caroço de uma fruta. Neste momento, estando a tentar construir um bom caroço, mas é da polpa, da minha, que mais sinto falta.

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